
Por Mayara Paschalidis
Nos últimos anos, práticas de responsabilidade social e sustentabilidade tornaram-se parte da atuação de um número crescente de ONGs, destacando-se entre elas a WWF, organização não-governamental dedicada à conservação da natureza com objetivo de harmonizar a atividade humana e promover o uso racional dos recursos naturais.
A WWF-Brasil executa dezenas de projetos em parceria com ONGs regionais, universidades e órgãos governamentais. Além disso, há também projetos de viabilização de unidades de conservação, por meio do estímulo a alternativas econômicas sustentáveis envolvendo e beneficiando comunidades locais.
Em meio a esses projetos, e diante do agravamento do aquecimento global, a Rede WWF decidiu lançar uma campanha mundial que agregasse e mobilizasse governos, empresas e populações de modo a demonstrar sua preocupação com as mudanças climáticas.
Este é o primeiro passo rumo ao novo acordo global de clima que acontecerá na Dinamarca, em Dezembro deste ano, e irá definir como serão as novas regras e metas para combater o aquecimento global e reduzir drasticamente as emissões de gases do efeito estufa. O acordo garantirá a continuação, após 2012, do acordo internacional iniciado pela Convenção Quadro de Mudanças Climáticas das Nações Unidas e pelo Primeiro Período de Compromisso do Protocolo de Quioto.
Não há dúvidas sobre o aumento da concentração de gases do efeito estufa na atmosfera causado pelo homem, acarretando o aquecimento global que, responsável pelas mudanças climáticas é, sem dúvida, um dos principais problemas globais a serem enfrentados neste século.
Mais recentemente, os países de economia emergente, como o Brasil, China e Índia, têm contribuído significativamente na emissão desses gases. No Brasil, o desmatamento das florestas, principalmente Amazônia e Cerrado, é responsável por 75% das emissões de CO2, o principal causador do aquecimento global.
Além de metas ambiciosas de redução de emissões para os países desenvolvidos, o novo acordo global de clima deve conter elementos que permitam que os países em desenvolvimento adotem uma economia de baixo carbono.
A campanha conhecida mundialmente como Earth Hour (Hora do Planeta), promovida oficialmente pela primeira vez no país através da WWF Brasil, realizou-se em 2009, no dia 28 de Março, das 20h30 às 21h30, e teve como objetivo a mobilização do maior número de indivíduos, países e empresas possível para desligarem as suas luzes por uma hora em prol da causa ambiental.
O gesto consiste em apagar as luzes por sessenta minutos, algo possível em todos os lugares do planeta, e tem como significado não exatamente a economia de energia, mas a participação em um ato simbólico e universal de educação sobre as ameaças das mudanças climáticas e a conscientização de nossos hábitos de consumo e os impactos que causamos sobre o meio ambiente.
Os interessados em participar poderiam se cadastrar nos sites http://www.horadoplaneta.org.br/ ou http://www.earthhour.org/, que trazem informações e dicas para cidadãos, empresas e governos interessados em aderir à campanha.
O Earth Hour começou com a organização pela WWF Austrália em 2007, como uma forma de chamar a atenção para o problema das mudanças climáticas, mobilizando mais de 2,2 milhões de pessoas em Sidney e ganhando o mundo.
Em 2008, o movimento contou com a participação de 50 milhões de pessoas de 371 cidades em 35 países. Simultaneamente apagaram-se as luzes do Coliseu, em Roma, da ponte Golden Gate, em São Francisco e da Opera House, em Sidney, entre outros ícones mundiais.
Em 2009, o movimento ultrapassou todas as expectativas. Em 3.943 cidades entre 88 países e 996 monumentos mundiais – desde montanhas até prédios históricos e ícones da arquitetura moderna - desligaram os interruptores. Em 25 fusos horários diferentes, uma onda de luzes se apagando percorreu o planeta.
Antes do evento, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon descreveu a Hora do Planeta como “a maior demonstração da preocupação pública com as mudanças climáticas que já se tentou fazer.”
Populações de países como Austrália, Canadá,China e Rússia tiveram suas luzes desligadas, e monumentos como a Esfinge e a Pirâmide de Gizé (Egito), Torre Eiffel (França), Torre de Pisa (Itália), Big Ben (Reino Unido), Empire State (Estados Unidos) foram apagados.
O número de cidades brasileiras que participaram da Hora do Planeta chegou a 113, entre elas Rio de Janeiro e São Paulo, além de 1.500 organizações e empresas. Cidades menores em todo o país também aderiram ao evento. O grande ícone carioca de 38 metros de altura, o Cristo Redentor, foi um dos monumentos mais conhecidos a apagar as luzes durante a Hora do Planeta.
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