terça-feira, 14 de abril de 2009

Sustentabilidade nas instituições financeiras




Por Beatriz Soares


Todas as grandes instituições financeiras do país, com intuito de conseguir uma interação positiva entre crescimento sócio-econômico e proteção do meio ambiente, criaram projetos sustentáveis, que são também alvos de propaganda e marketing e fonte de empregos.
O Banco Real, por exemplo, denomina-se como o “Banco da Sustentabilidade”, com práticas desde a utilização de papéis recicláveis, até a disponibilização de crédito para pessoas/empresas que aplicam recursos em projetos ambientais/sociais e investimentos que, além de rentabilidade, oferecem benefícios socioambientais.
O Banco Itaú, atualmente maior instituição financeira do país, é uma empresa que também utiliza bastante suas ações e interesses sustentáveis em propagandas. De acordo com seu site , sustentabilidade “é um compromisso assumido há mais de 60 anos em busca da união de valores, como ética, transparência e governança corporativa, à responsabilidade social, cultural e ambiental.” O Banco também ressalta sua participação no ISE – Índice de Sustentabilidade Empresarial, criado pela BOVESPA, que apóia o marketing das empresas que respeitam a responsabilidade social, despertando, portanto, o interesse de investidores nas ações das mesmas.
As 5 maiores instituições financeiras do país tem projetos de sustentabilidade porque, para os bancos e empresas em geral, ser sustentável é um modelo de gestão de negócios que, ao mesmo tempo que leva em consideração os impactos causados ao meio ambiente, visa retorno para os acionistas.
O equilíbrio entre os interesses da geração atual e de gerações futuras requer que as empresas, governos e indivíduos exerçam suas responsabilidades de forma a promover o desenvolvimento sustentável. Juntando ações que sejam viáveis financeiramente, os bancos conseguem preservar o planeta e, com isso, atrair maior número de clientes.



As grandes redes de supermercados e suas atividades sustentáveis.



Por Monica de Paula

A rede de supermercados Carrefour trouxe para o Brasil as diretrizes de sustentabilidade de sua sede, na França, lançando um programa que visa promover o consumo consciente e reduzir o impacto ambiental de suas 770 lojas no Brasil.
São ações que incluem aulas sobre consumo consciente para os clientes - sistemas de reuso de água, coleta seletiva - e projetos sociais tocado pelos funcionários das lojas. A empresa calcula que cada cliente que for atingido pelo programa tem capacidade de influenciar mais quatro pessoas de sua família ou do convívio diário.
As reformas para reduzir o impacto ambiental já foram feitas em uma das filiais em Piracicaba, no interior de São Paulo. A loja já investiu uma quantia considerável para instalar o reuso de água, um novo sistema de iluminação e também a troca dos aparelhos de ar condicionado, agora usam ventiladores e umidificadores, já os resíduos orgânicos da seção de horti-fruit são enviados diretamente para os aterros.
Uma forma bastante interessante que a rede vem utilizando para reduzir o consumo de energia foi trocar o uso do gás como combustível nos fornos da padaria pelo uso do bagaço da cana-de-açúcar. Essa nova tecnologia é usada junto a tijolos chamados "brickets", que são prensados junto ao bagaço da cana.
Os ganhos não foram apenas com a redução do uso de combustível, mas também com a eficiência do forno. Depois de alguns meses de teste, foi comprovado que esse novo forno diminui em 45% o consumo de energia e também reduz o tempo em 10 minutos na produção dos pães ao longo do mês.
A empresa visa não só crescer sustentavelmente, mas também abordar o consumo consciente, ela acredita que o consumidor organizando seu orçamento e comprando somente o que for necessário, reduzirá seu endividamento e assim voltará sempre para a loja.
Agora o projeto para os próximos anos do Carrefour não é mais abrir hipermercados, mas sim lojas pequenas nos bairros, assim os clientes não precisarão de carro para fazer as compras do dia-a-dia.
Outra rede de supermercados que vem adotando medidas sustentáveis em suas filiais aqui no Brasil é a rede Dia%.
A rede dirige todos os seus esforços e suas políticas a trabalhar com base em dois princípios: o respeito e o compromisso com o meio ambiente. A empresa adotou, em caráter experimental, a cobrança de cada sacola plástica utilizada por seus clientes.
Atualmente, o DIA trabalha em diversas iniciativas nos diferentes países em que está presente, participando de iniciativas como:
Redução do consumo, a cobrança e a reutilização dos sacos plásticos.
Redução do consumo energético.
Gestão de resíduos.
Redução de emissões de CO2.
Ação social, desenvolvendo um trabalho constante e mantendo contato com associações, ONGs, com as quais se envolve em matérias relacionadas com alimentação e ajuda social em geral.

http://revistasustentabilidade.com.br/s02/reciclagem/carrefour-lanca-amplo-programa-reducao-de-impacto-ambiental-e-consumo-consciente/

A Hora do Planeta



Por Mayara Paschalidis

Nos últimos anos, práticas de responsabilidade social e sustentabilidade tornaram-se parte da atuação de um número crescente de ONGs, destacando-se entre elas a WWF, organização não-governamental dedicada à conservação da natureza com objetivo de harmonizar a atividade humana e promover o uso racional dos recursos naturais.
A WWF-Brasil executa dezenas de projetos em parceria com ONGs regionais, universidades e órgãos governamentais. Além disso, há também projetos de viabilização de unidades de conservação, por meio do estímulo a alternativas econômicas sustentáveis envolvendo e beneficiando comunidades locais.
Em meio a esses projetos, e diante do agravamento do aquecimento global, a Rede WWF decidiu lançar uma campanha mundial que agregasse e mobilizasse governos, empresas e populações de modo a demonstrar sua preocupação com as mudanças climáticas.
Este é o primeiro passo rumo ao novo acordo global de clima que acontecerá na Dinamarca, em Dezembro deste ano, e irá definir como serão as novas regras e metas para combater o aquecimento global e reduzir drasticamente as emissões de gases do efeito estufa. O acordo garantirá a continuação, após 2012, do acordo internacional iniciado pela Convenção Quadro de Mudanças Climáticas das Nações Unidas e pelo Primeiro Período de Compromisso do Protocolo de Quioto.
Não há dúvidas sobre o aumento da concentração de gases do efeito estufa na atmosfera causado pelo homem, acarretando o aquecimento global que, responsável pelas mudanças climáticas é, sem dúvida, um dos principais problemas globais a serem enfrentados neste século.
Mais recentemente, os países de economia emergente, como o Brasil, China e Índia, têm contribuído significativamente na emissão desses gases. No Brasil, o desmatamento das florestas, principalmente Amazônia e Cerrado, é responsável por 75% das emissões de CO2, o principal causador do aquecimento global.
Além de metas ambiciosas de redução de emissões para os países desenvolvidos, o novo acordo global de clima deve conter elementos que permitam que os países em desenvolvimento adotem uma economia de baixo carbono.
A campanha conhecida mundialmente como Earth Hour (Hora do Planeta), promovida oficialmente pela primeira vez no país através da WWF Brasil, realizou-se em 2009, no dia 28 de Março, das 20h30 às 21h30, e teve como objetivo a mobilização do maior número de indivíduos, países e empresas possível para desligarem as suas luzes por uma hora em prol da causa ambiental.
O gesto consiste em apagar as luzes por sessenta minutos, algo possível em todos os lugares do planeta, e tem como significado não exatamente a economia de energia, mas a participação em um ato simbólico e universal de educação sobre as ameaças das mudanças climáticas e a conscientização de nossos hábitos de consumo e os impactos que causamos sobre o meio ambiente.
Os interessados em participar poderiam se cadastrar nos sites http://www.horadoplaneta.org.br/ ou http://www.earthhour.org/, que trazem informações e dicas para cidadãos, empresas e governos interessados em aderir à campanha.
O Earth Hour começou com a organização pela WWF Austrália em 2007, como uma forma de chamar a atenção para o problema das mudanças climáticas, mobilizando mais de 2,2 milhões de pessoas em Sidney e ganhando o mundo.
Em 2008, o movimento contou com a participação de 50 milhões de pessoas de 371 cidades em 35 países. Simultaneamente apagaram-se as luzes do Coliseu, em Roma, da ponte Golden Gate, em São Francisco e da Opera House, em Sidney, entre outros ícones mundiais.
Em 2009, o movimento ultrapassou todas as expectativas. Em 3.943 cidades entre 88 países e 996 monumentos mundiais – desde montanhas até prédios históricos e ícones da arquitetura moderna - desligaram os interruptores. Em 25 fusos horários diferentes, uma onda de luzes se apagando percorreu o planeta.
Antes do evento, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon descreveu a Hora do Planeta como “a maior demonstração da preocupação pública com as mudanças climáticas que já se tentou fazer.”
Populações de países como Austrália, Canadá,China e Rússia tiveram suas luzes desligadas, e monumentos como a Esfinge e a Pirâmide de Gizé (Egito), Torre Eiffel (França), Torre de Pisa (Itália), Big Ben (Reino Unido), Empire State (Estados Unidos) foram apagados.
O número de cidades brasileiras que participaram da Hora do Planeta chegou a 113, entre elas Rio de Janeiro e São Paulo, além de 1.500 organizações e empresas. Cidades menores em todo o país também aderiram ao evento. O grande ícone carioca de 38 metros de altura, o Cristo Redentor, foi um dos monumentos mais conhecidos a apagar as luzes durante a Hora do Planeta.



Coleta de lixo reciclável na cidade de São Paulo

Por Elisa Barreto


Um dos mais visíveis problemas ambientais das grandes cidades brasileiras – o que fazer com o volume crescente de lixo – começa a ser solucionado por criativos programas de coleta seletiva baseadas nos princípios da sustentabilidade ambiental. Foi-se o tempo em que separar lixo reciclável em São Paulo era tarefa apenas de quem tinha consciência ecológica suficiente para espantar a preguiça de levar o material até os poucos postos de coleta. Hoje, a cidade já conta com estrutura de recolhimento do material, montada pela Prefeitura, que atende perto de 3,3 milhões de pessoas em 1,1 milhão de imóveis. Grande parte do trabalho é feita com a ajuda de condomínios residenciais e comerciais que, em uma espécie de parceria informal com o poder público, fornecem material reciclável que se transforma em renda para muitas famílias. Incentivo – A fim de incentivar as pessoas a colaborar, a Prefeitura desenvolveu essa estrutura de forma a garantir a reciclagem do lixo sem gerar trabalho ou custos para os moradores da cidade. Para participar, condomínios (comerciais e residenciais) e pequenos estabelecimentos comerciais precisam apenas solicitar à Prefeitura, pelo telefone 156, a instalação de contêiner para armazenagem do lixo reciclável. Pedido feito, a Prefeitura manda técnicos ao local indicado para avaliação da quantidade de contêineres necessários de acordo com a produção de lixo de cada grupo de imóveis. Assim, um condomínio com quatro torres certamente receberá mais contêineres do que um edifício comercial de pequeno porte. Os técnicos observam, ainda, se o imóvel tem lugar para a instalação do contêiner, que é fornecido sem nenhum custo para os condôminos ou proprietários. O recolhimento do lixo armazenado nos contêineres é feito uma vez por semana, em dias diferentes dos marcados para a habitual coleta de lixo. Para que o consumidor possa reconhecê-lo, o caminhão do lixo reciclável traz as inscrições do programa de reciclagem. Por enquanto, o projeto de coleta seletiva porta-a-porta está disponível apenas em 45 dos 96 distritos da capital. Mas de acordo com a Secretaria Municipal de Serviços e Obras deve ser estendido para as áreas não atendidas em um prazo máximo de um ano. Atualmente, nas regiões não abrangidas pelo projeto os moradores e proprietários de imóveis podem encaminhar o lixo reciclável para uma das 14 centrais de triagem da Prefeitura (a relação completa dos endereços está no site www.prefeitura.sp.gov.br ).

Indústria de cosméticos e sustentabilidade


Por Roberta Basílio


Cada vez mais as indústrias estão incorporando práticas sustentáveis ao seu desenvolvimento. A indústria de cosméticos é um exemplo claro de como associar tecnologia ao desenvolvimento sustentável. E este desenvolvimento é aplicado não somente na eficiência da produção, mas também na valorização da manutenção dos recursos humanos e naturais. Hoje, as empresas utilizam matérias-primas extraídas principalmente da Amazônia de maneira renovável, gerando assim trabalho e remuneração às comunidades locais.
Empresa líder no mercado de cosméticos brasileiro, a Natura, é considerada empresa modelo em vários aspectos, principalmente quando nos referimos ao desenvolvimento sustentável. A Natura atua de forma sustentável desde a seleção e extração das matérias-primas até a produção das embalagens, que são em sua maioria recicladas e recicláveis, além do uso do refil que resulta em um menor uso de matéria-prima e também em uma maior economia para o consumidor.
Além disso, investe em programas como: “Crer para Ver” que tem como objetivo apoiar a melhoria da qualidade de ensino nas escolas públicas no Brasil.
Outra empresa desse setor que promove ações sustentáveis é a Avon Cosméticos, que possui como política de responsabilidade social a valorização do ser humano, da sociedade e do meio ambiente.
A fim de promover a saúde e o bem-estar da mulher, em 2003 foi criado o Instituto Avon, no qual são promovidos programas como: “Um beijo pela vida”, que incentiva a prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama. Além desse programa, é realizada por esse Instituto a campanha contra a violência doméstica que é promovida a fim de conscientizar a sociedade sobre a importância da integridade psicológica e física da mulher, principalmente no ambiente familiar. Como forma de disseminar o conhecimento do problema o Instituto divulga cartilhas com informações e ainda esclarece dúvidas sobre a Lei Maria da Penha.
Desde 1990, A Fundação O Boticário promove e realiza ações de conservação da natureza em território nacional, protegendo principalmente dois biomas mais ameaçados no Brasil: a Mata Atlântica e o Cerrado. Através de suas ações, ajuda a diminuir os impactos causados pelo desmatamento. Alguns dos projetos de Ecodesenvolvimento apoiados pela Fundação O Boticário são: “Floresta preservada, benefícios garantidos”, “Mel da Amazônia” e “Faxinalenses: amigos da Amazônia”.
“Os cosméticos brasileiros têm um importante compromisso com o tripé da sustentabilidade. Nossa indústria se preocupa em ser ecologicamente correta, economicamente viável e socialmente justa. A resposta positiva do mercado internacional é uma prova de que estamos caminhando na direção certa”, afirma João Carlos Basílio da Silva, presidente da ABIHPEC - Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Biocombustíveis: Sustentáveis ou não!?


Por Jackeline Nunes

Uma questão que vale a pena ser tratada é a relação de sustentabilidade com o uso do biocombustível. O tema tem sido alvo de diversos estudos com intuito de esclarecer se a fabricação e a utilização desta fonte de energia são ou não uma ação sustentável.
Iniciada no século XIX, com o inventor Rudolph Diesel, a discussão em torno da produção de energia limpa e renovável não é recente, porém, nos últimos tempos, o tema tem ganhado grande urgência, especialmente após a divulgação do relatório mundial sobre o aquecimento global, que evidenciou a necessidade da adoção de medidas eficazes para a diminuição dos gases atmosféricos que o causam, como o dióxido de carbono.
Uma das soluções adotadas foi exatamente o biocombustível, fonte de energia renovável e derivada de produtos agrícolas, como a cana-de-açúcar e plantas oleaginosas, não apresentando, portanto, origem fóssil e a necessidade de sua queima, responsável pela liberação de gases causadores do aquecimento global.
Em contrapartida a esses benefícios, o impacto ecológico causado pelo processo produtivo dessa fonte renovável de energia - a degradação de ecossistemas, a poluição atmosférica e dos cursos de água e do lençol freático, causada respectivamente pelas queimadas e pela aplicação excessiva de agrotóxicos - vem sendo estudado e discutido, assim como os fatores ambientais essenciais para a sustentabilidade da agricultura canavieira que até então não haviam sido levados em consideração.
Segundo pesquisa realizada na Universidade de Minnesota (EUA) publicada em fevereiro de 2008 pela revista Science, a conversão de florestas no Brasil, no Sudeste Asiático e nos EUA para o cultivo de grãos e plantas usadas como matéria-prima na produção de biocombustível pode gerar emissões de dióxido de carbono maiores do que as emissões nas queimas de combustíveis fosseis.
Portanto, é preciso estar em alerta sobre os impactos ambientais causados pelo biocombustível e abordar a sua questão de sustentabilidade.
E com o objetivo de discutir esta ideia e traçar princípios para a sua utilização como ação sustentável, foi criado o Conselho de Orientação da Mesa Redonda sobre Biocombustíveis Sustentáveis (MRBS), disponível no site:
http://cgse.epfl.ch/webdav/site/cgse/shared/Biofuels/VersionZero/Versão%20Zero_RSB_Std_po.pdf